Viana do Castelo, a princesa do Minho

Este Verão visitei a bonita cidade de Viana do Castelo localizada no Norte de Portugal na região do Alto Minho, sendo a sua localização privilegiada por ficar junto ao mar e onde o rio Lima se encontra com o Oceano Atlântico. A região do Alto Minho é bastante bonita uma vez que predominam os verdes e os azuis conferindo uma paisagem única. Para além disso a gastronomia é de comer e chorar por mais! Razões de sobra para visitar esta bela cidade minhota.

Uma vez mais o meio de transporte escolhido foi o comboio com partida do Porto-Campanhã às 8.20h.

Para mim o comboio é o meio de transporte ideal (sempre que tal é possível) uma vez que assim não tenho de estar preocupada com o trânsito ou onde vou estacionar o carro. Além disso posso calmamente apreciar as vistas, ler (o que também gosto muito) ou fazer uma pesquisa de última hora para ter a certeza que tudo está bem organizado. Paguei pelo bilhete de comboio 5.85€ (por trajeto). A duração da viagem foi de uma hora.

O meu ponto de partida desta viagem foi a bela Estação de Viana, construída no século XIX.

A estação é bastante central, localizada na Av. dos Combatentes da Grande Guerra, seguindo sempre em frente chegámos à Praça da Liberdade. No exterior da estação deparámo-nos com uma enorme estátua, o Manel e a Maria, que é um monumento representativo do folclore, uma tradição de que os Vianenses muito se orgulham.

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Decidi apanhar o funicular para visitar a Basílica de Santa Luzia. Por 3€ (viagem de ida e volta) poderá poupar as suas pernas a um percurso íngreme de 1,8 Km, uma vez que irá precisar delas para quando for explorar a cidade a pé. A viagem no funicular demora cerca de 7 minutos. Confesso que a viagem foi algo estranha uma vez que era a única portuguesa a bordo do funicular, ao meu redor só se falava francês. Mas há uma justificação para tal que tem a ver com o facto de ter visitado Viana durante o mês de Julho, altura em que vários turistas andam pelo nosso país; além disso, alguns argumentam que o edifício da Basílica teve por inspiração o Sacré- Coeur localizado em Paris, talvez por isso estes turistas quisessem verificar com os seus próprios olhos as semelhanças (ou falta delas).

Assim que se chega ao topo do Monte de Santa Luzia é impossível não ficar de boca aberta com tamanha beleza. Este magnífico monumento do século XX, construído num estilo neoclássico e bizantino, demorou cerca de 50 anos para ficar completo. Como fui de manhã cedo tive sorte de ainda não haver muitas pessoas e por isso foi-me possível fotografar à vontade e admirar as magníficas vistas.

Como sou uma apaixonada por fotografia, embora seja completamente amadora, aproveitei para recolher algumas fotos. Por 0.80€ pode subir até ao topo da Basílica. Disfrute da tranquilidade que o local oferece. A vista panorâmica da cidade, o rio Lima, as praias e as montanhas são o cenário ideal para se sentir em plena harmonia com a natureza. Pelo facto de ser a única pessoa no topo, a sensação de paz e serenidade é de tal modo forte que chega mesmo a emocionar! Sem dúvida recomendo que faça o mesmo.

Na tentativa de prolongar um pouco mais esta sensação de felicidade decidi caminhar até à Pousada Viana do Castelo para tomar um café (para mim qualquer desculpa é válida para um cafezinho) e disfrutar do cenário idílico que tinha à minha frente. É importante fazermos as coisas com tranquilidade, saborear o momento, por isso não tenha pressa. Mesmo que não consiga fazer tudo o que tinha planeado o importante é sentir-se bem e ter a certeza que está a aproveitar o momento ao máximo. Afinal de contas já temos muitos outros dias para andar apressados, sem tempo para nada, por isso este é o seu momento, aproveite-o da melhor forma possível.

Mais uma vez a minha máquina fotográfica foi posta em ação. O sítio ideal para se estar!

Uma vez que queria explorar esta cidade tive de pôr pés ao caminho; apanhei o funicular de volta para a estação e fui até à Praça da República, o coração do centro histórico. Viana do Castelo é uma cidade vibrante e cheia de vida sobretudo no Verão aquando das festividades de Santa Luzia. No dia em que visitei esta cidade estava a decorrer um encontro de folclore com representações de diversos países.

Bonitas indumentárias, muita animação, degustação de sabores dos diversos locais representados, tudo isto contribuiu para animar a praça. No entanto as minhas favoritas são as belas vianenses, carregadas de ouro e que tão orgulhosamente exibem os seus trajes.

O traje da Vianesa contempla diversas peças de indumentária representativas da região, atividade desempenhada e estatuto social das mulheres das aldeias rurais. O sítio ideal para se aprender mais sobre esta temática do património etnográfico e da identidade das pessoas do Alto Minho é o Museu do Traje. Este museu alberga uma vasta coleção de trajes e objetos do quotidiano rural sendo o objetivo retratar a vida das gentes desses tempos. A entrada é gratuita e o museu encontra-se aberto de Terça a Domingo das 10 da manhã às 6 da tarde (tenha em atenção que o museu fecha durante o período de almoço entre as 13h e as 15h).

Dedique algum tempo a percorrer as ruas pitorescas cheias de lojas tradicionais que oferecem uma vasta variedade de produtos.

Recomendo uma visita aos Antigos Paços do Concelho e o Edifício e Igreja da Misericórdia, ambos do século XVI. Os Antigos Paços do Concelho é feito de pedra de granito, com três arcos e o símbolo de Viana na varanda central (a nau, a esfera armilar e o escudo régio).  Na bonita Igreja da Misericórdia é de salientar a talha dourada e o estilo barroco.

O estômago começava a dar horas, fiz então o meu caminho de regresso à Praça da Liberdade, localizada mesmo ao lado do rio Lima onde almocei. A gastronomia portuguesa é bastante rica e variada e Viana do Castelo não é exceção. Alguns dos pratos típicos desta região são: bacalhau, polvo, sardinhas grelhadas, pescada, rojões, arroz de sarrabulho, arroz de pato, cabrito assado (já me está a crescer água na boca)!

Depois do almoço fui visitar o Navio Gil Eanes (navio hospital). As visitas efetuam-se das 9.30 da manhã às 6 da tarde durante o Verão (no Inverno encerra uma hora mais cedo). O custo da entrada é de 4€. No passado este navio foi usado no apoio à pesca de bacalhau dos barcos portugueses que se deslocavam à Terra Nova e à Gronelândia. A sua última viagem ocorreu em 1973 e em 1998 foi restaurado nos estaleiros de Viana (depois de um período de abandono e quase destruição) onde permanece. Hoje em dia é um museu onde é possível fazer uma viagem no tempo e ver como eram as condições a bordo deste navio. Devo confessar que fiquei surpreendida com os equipamentos e serviços de saúde existentes a bordo, um verdadeiro hospital!

Após a visita ao Navio Gil Eanes segui em direção ao porto de Viana.

Seguindo junto ao rio chegámos ao Forte de Santiago da Barra. Este forte foi edificado no século XVI e era usado para defender a cidade das invasões aquando do perído dos Descobrimentos Portugueses. Infelizmente não me foi possível visitar o seu interior por se encontrar fechado.

Comecei a fazer a minha viagem de regresso ao centro. Pelo caminho tempo ainda para visitar o Museu Municipal de Viana do Castelo, uma bela mansão do século XVIII onde é possível admirar a porcelana vianense do século XVII ao século XIX. É ainda possível apreciar a coleção de arte sacra, as impressionantes peças de mobília Indo-Portuguesa do século XVIII e a magnífica azulejaria portuguesa e hispano-árabe.

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A minha visita cultural terminou na Igreja de São Domingos. Construída no século XVI esta igreja destaca-se pelos magníficos altares em talha dourada.

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As minhas pernas começaram a queixar-se o que significava que estava na hora de voltar à Praça da República. Era minha intenção visitar uma confeitaria onde ainda não tivesse estado em visitas anteriores. Ao passar em frente a uma confeitaria vi que havia várias pessoas à espera de serem atendidas. Decidi que era aqui mesmo que ia esperar uma vez que se havia tanta gente era porque era um bom local. Quando tive uma mesa disponível o empregado deu-me uma lista para escolher o que pretendia, mas normalmente prefiro perguntar o que recomendam e por isso foi o que fiz. Qual não foi o meu espanto quando o funcionário me trouxe uma bola que para mim parecia uma bola de Berlim. Mas eu estava completamente enganada, assim que dei a primeira dentada fiquei completamente rendida. As bolas de Viana são especiais! Infelizmente não tenho uma foto que registe esse momento. Só mais tarde é que reparei no nome da confeitaria, Confeitaria Natário, uma confeitaria que conta com mais de 70 anos de experiência e que produz mais de 1000 bolas diariamente e posso dizer-vos que elas não param muito tempo nos tabuleiros, a procura é de facto enorme.

Se for a Portugal e estiver pelo Norte não deixe de visitar esta bela cidade; como se diz em Viana,”Quem gosta vem, quem ama fica”.

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